sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Um pouco de Cidadania.

Este texto eu escrevi quando trabalhava numa escola de ensino fundamental e médio, com o intuito de conscientizar alunos e pais sobre como agir diante de pessoas com deficiência. A escola estava iniciando o processo de inclusão de alunos deficientes e era necessário torna-la mais acessível socialmente para essas pessoas. 
A nossa sociedade é deficiente neste quesito, a convivência social é pouco acessível.  As calçadas são ruins, a sinalização ineficaz. Por isso é preciso valorizar todas as iniciativas como sinais sonoros para travessia de cegos, sinalização em relevo nas calçadas, assim como as vagas e os sanitários reservados para deficientes físicos. 
Muito se fala de Inclusão de pessoas com deficiência nas escolas regulares ou no trabalho, mas pouco as pessoas sabem sobre o assunto. Justamente por não termos convivido com a diversidade durante a nossa formação possuímos pré conceitos acerca da capacidade dessas pessoas e ficamos acanhados diante delas. Por isso estou escrevendo algumas dicas básicas, que considero serem de cidadania, e tende á ajudar á todos numa convivência melhor.
Deficientes Físicos:
Quando notar que alguma pessoa move-se com dificuldade, primeiramente ofereça ajuda e só empurre a cadeira de rodas ou ofereça algum apoio se ele aceitar. Embora muitas vezes nós vemos o banheiro de deficientes vazio, evite usar, pois os deficientes necessitam de um grande contato com o vaso sanitário e você sujando o vaso além de estar dificultando, estará prejudicando a saúde dele. O mesmo vale para as vagas no estacionamento, eles precisam das vagas maiores, por isso não estacione nos locais reservados.
Cegos:
Ao encontrar um cego esperando para atravessar uma rua ofereça ajuda e pergunte para onde ele quer ir. Não pegue no braço dele, pois o certo é oferecer seu braço, para que a pessoa não perca a orientação. Caminhe num ritmo razoável (mais para devagar), desviando de buracos e observe como ele o acompanha, lembre-se de avisá-lo se avistar um degrau. Outra dica muito importante é que você deve atravessar de uma esquina para outra em linha reta, jamais em diagonal, para que a pessoa não perca a noção de espaço e orientação. Em conversas não se preocupe se usar termos como “olhe” ou “veja”, note que o cegos costumam ser mais sérios e suas risadas são curtas, mas apenas por não poderem ver a reação de outras pessoas. Avise sempre quando chegar, quando outras pessoas se aproximarem e não se esqueça de avisar que você esta saindo da roda, quando o fizer, para que ele não fique falando sozinho.
Surdos:
Fale sempre de frente para eles, a maioria consegue fazer leitura labial. Se a pessoa possuir uma deficiência auditiva de moderada á leve, e que seja capaz de ouvir pergunte se ela prefere que você fale mais alto, e ao falar procure a altura da voz que ela seja capaz de ouvir. Se encontrar um surdo na rua e você não souber a Língua de Sinais, não tente fazer gestos, pois você pode confundi-lo. Tente falar de frente para ele e sem gesticular muito.  Há surdos oralizados e surdos sinalizados. Os oralizados fazem leitura labial e conversam normalmente. Os surdos sinalizados geralmente conversam com a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Por desenvolver bem a capacidade visual, dificilmente os surdos são vitimas de assaltos, pois andam sempre muito atentos e desconfiados, são também bastante alegres. Por dependerem muito dos estímulos visuais reconhecem as emoções e expressões faciais com mais facilidade.

Não tenha medo de usar as palavras surdos e cegos, embora as pessoas pensem que é errado, eles preferem que seja assim. Utiliza-se o termo deficiência visual ou auditiva quando o grau não é severo e a pessoa é capaz de discriminar estímulos com ou sem auxílio de aparelhos. Os deficientes não são agressivos, as crianças, assim como todos nós só agridem se conviverem nem ambiente onde são constantemente agredidas. 
E infelizmente quando agimos com preconceito e hostilidade, que é como a sociedade se mostra, só recebemos este de volta. Vigotski dizia que o pior problema que uma pessoa deficiente tem não é a deficiência em si, mas a forma como a sociedade a trata.
Lembra da propaganda do Carlinhos? (veja aqui) As pessoas com Síndrome de down, apesar de suas limitações, são sempre alegres e receptivas ao contato social, e muito sinceras.
Assim como todos nós eles também tem os seus dias ruins, mas depende de cada com pequenas ações não deixar que fique pior. 
O que os deficientes mais precisam é do seu respeito.

Para saber mais:
APAE


Raquel Alves Cassoli
Psicologa pela PUC- Campinas em 2000.
Professora Universitária na UNINOVE.
Mestre em Educação: Psicologia da Educação pela PUC-SP em 2006.
Doutoranda em Educação: Psicologia da Educação pela PUC-SP.


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